Todos nós aprendemos alguma coisa com a pornografia. Aliás, como poderia ser diferente, se o poeta ensina que o amador se transforma na coisa amada? Eu passava horas e horas na frente daquelas telas, procurando saciar o que há de insaciável dentro do meu peito. É claro que alguma coisa eu aprendi.
A pornografia me ensinou, por exemplo, que não existe nem dia, nem hora, nem lugar para ter sexo. Os atores e atrizes pornográficos são colocados em cenas as mais triviais do dia-a-dia e, inesperadamente, começam a manter relações sexuais, seja qual for o lugar em que se encontrem.
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A pornografia me ensinou que não existe idade quando o assunto é sexo. No mundo paralelo da pornografia, porém, os vídeos de maior sucesso são justamente os que retratam mulheres mais novas. No mundo paralelo da pornografia, porém, os vídeos de maior sucesso são justamente os que retratam mulheres mais novas. (Tudo depende, é claro, “do gosto do freguês”. Para os mais doentios, há também uma seção reservada para o sexo com pessoas de idade mais avançada.)
A pornografia me ensinou que não tem problema ter sexo com um monte de gente, e até com muitas pessoas simultaneamente. Na vida real, um comportamento assim está necessariamente associado a um punhado de doenças (as chamadas DSTs). No filme pornô, porém, só o que há é o prazer, prazer hard core e sem limites. Apenas quem chega a pesquisar um pouco a vida de atores e atrizes de filmes adultos se depara com a verdade: uma grande parte deles morreu ou está para morrer de alguma enfermidade grave (ou de overdose de drogas).
A pornografia me ensinou que o sexo não dispensa nem a família. O adultério é também amplamente praticado. As personagens têm todo um roteiro para seguir, de modo que um fique com a mulher do irmão, uma fique com o esposo ou o namorado da irmã, da mãe etc. A traição não tem fim. E é retratada como uma coisa muito boa, prazerosa, na qual até mesmo quem foi traído pode entrar e se satisfazer.
A pornografia me ensinou que, dentro de quatro paredes, tudo é possível. Mesmo que degrade a outra pessoa. Tudo em um lugar onde as pessoas deveriam estar supostamente “fazendo amor”.
A pornografia me ensinou uma porção de métodos para evitar filhos. Sim, porque, quando não estão usando visivelmente algum tipo de preservativo, os atores pornográficos sempre terminam suas relações fora do corpo das mulheres. É a indústria do coitus interruptus.
A pornografia me ensinou, enfim, a usar o nome de Deus em vão. A quem já teve contato com pornografia, nem precisarei explicar o porquê. A quem não teve, porém, basta-me dizer que a pornografia deturpa um dos dons mais maravilhosos com que Deus agraciou o ser humano: a sexualidade.
Em resumo, com a pornografia eu aprendi… uma porção de mentiras, um monte de ilusões. Eu vi centenas de cenas de sexo, repletas de pessoas que eu nunca conheci nem jamais chegarei a conhecer. Essas pessoas têm pai, têm mãe, têm irmãos, como eu e como você. E eu tenho certeza que essas famílias sofrem muito quando descobrem a intimidade de seus filhos exposta assim, de modo tão degradante e vergonhoso, para milhões de pessoas em todo o planeta.
Por isso, se você nunca teve contato com esse tipo de conteúdo, você é um agraciado. A pornografia é boa professora, sim, mas só para quem a confronta com a realidade. Para quem acredita piamente nela e se afunda no mundo paralelo que ela propõe, é uma estrada pavimentada em direção ao inferno. Nesta e na outra vida.
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